A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou a oferta do Teste Interferon Gamma Release Assay (IGRA), utilizado no rastreio da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) ou Tuberculose Latente, que ocorre quando uma pessoa foi infectada, mas não apresenta manifestação da doença ativa.
Segundo o chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeiro Daniel Sacramento, a rede municipal de saúde já oferta o diagnóstico para a tuberculose latente, utilizando como método a Prova Tuberculínica, que envolve a aplicação intradérmica do PPD (derivado proteico purificado), substância que é aplicada no braço do paciente e, após 72 horas, o profissional de saúde pode fazer a avaliação e identificar se o resultado é positivo ou negativo para a doença.
“O PPD é eficaz, tem o mesmo nível de sensibilidade e continuará a ser utilizado para o público em geral. O IGRA tem a vantagem de ser mais específico para o Mycobacterium tuberculosis, sendo que o PPD pode ser reagente para micobactérias da mesma família. O objetivo da implantação desse novo exame é qualificar o diagnóstico e tratamento das pessoas com ILTB, que não estão doentes, mas que estão infectadas pelo Mycobacterium tuberculosis e poderão desenvolver a tuberculose em algum momento da vida”, destacou Daniel.
Seguindo determinação do Ministério da Saúde, o novo exame será utilizado para a identificação da infecção latente em quatro grupos: Pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) com contagem de linfócitos T-CD4+ > 350/mm³; crianças maiores de dois anos e menores de 10 anos de idade, que tiveram contato com pessoas com tuberculose ativa; pessoas candidatas a transplante de células-tronco; e pessoas em uso de imunobiológico, imunossupressores ou em situação de pré-transplante de órgãos.
“São pessoas que apresentam maior vulnerabilidade para o adoecimento, agravamento e morte pela tuberculose, caso a infecção latente evolua para a tuberculose ativa. Essa evolução ocorre normalmente quando a pessoa tem algum tipo de dificuldade na resposta imunológica. Pessoas que vivem com HIV, por exemplo, têm 28 vezes mais chance de desenvolver a doença e o risco de morte por tuberculose é muito grande. Como o IGRA é mais específico para Mycobacterium tuberculosis, vai permitir um diagnóstico mais rápido e conclusivo, garantindo um tratamento adequado para cada paciente”, informou Daniel.
O exame é realizado a partir de coleta de amostra de sangue do paciente, que pode ser solicitado por médico ou enfermeiro da rede municipal de saúde. A Semsa preparou seis unidades de saúde de referência para coleta de sangue e encaminhamento da amostra ao Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), que é a instituição referência estadual para a realização do exame.
As Unidades de Saúde de referência são: UBS Arthur Virgílio Filho, bairro Novo Aleixo, e policlínica Dr. José Antônio da Silva, bairro Monte das Oliveiras (zona Norte); clínica da família Dr. Antônio Reis, bairro São Lázaro (zona Sul); UBS Maria Leonor Brilhante, bairro Tancredo Neves, e policlínica Dr. Antônio Comte Telles/Laboratório Distrital Leste, bairro São José Operário (zona Leste); e UBS Ajuricaba, bairro Alvorada (zona Oeste).
“O insumo para realização do IGRA é fornecido pelo Ministério da Saúde, que especificou o uso para os quatro grupos. A Semsa elaborou uma Nota Técnica que foi encaminhada para orientar os profissionais nas unidades de saúde. Com o diagnóstico, o paciente pode iniciar o tratamento medicamentoso, com doses semanais por 12 semanas, que reduz em 90% o risco da pessoa desenvolver a tuberculose ativa”, informou Daniel Sacramento.
No ano passado, 1.207 pessoas realizaram o tratamento para Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) no município de Manaus. Em relação aos casos de tuberculose, Manaus registrou 672 casos novos este ano e 2.653 casos no ano passado.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo de Koch. A transmissão da tuberculose ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
Além do comprometimento imunológico, fatores como pobreza, desnutrição, más condições sanitárias e alta densidade populacional também contribuem para o adoecimento.
Fonte: SEMSA – Secretaria Municipal de Saúde
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