Lançado oficialmente pelo governador Wilson Lima em fevereiro deste ano, o projeto Edutech já demonstra respostas positivas nas escolas-piloto onde foi implementado. Em 2023, seis unidades da rede estadual foram escolhidas para testarem a dinâmica de atividades do programa, o que resultou na produção de aplicativos, jogos, protótipos de robótica, além de aptidões descobertas. O projeto acontece por meio do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam), da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar.
O Edutech tem investimento do Governo do Amazonas de aproximadamente R$30 milhões e aquisição de 36 mil kits de robótica com objetivo de desenvolver a programação, o pensamento computacional e a cultura digital para alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Entre as unidades de ensino que estiveram no projeto-piloto, a Escola Estadual (EE) Senador Antóvila Mourão Vieira, localizada na zona sul de Manaus, terminou o último ano letivo com projetos exitosos desenvolvidos a partir do Edutech.
Por meio da plataforma Scratch, os alunos desenvolveram jogos, histórias e animações provenientes da familiarização com a linguagem de programação em blocos. Mais adiante, após o contato com a plataforma MIT App Inventor, os discentes desenvolveram aplicativos que abordam desde práticas pedagógicas relacionadas ao Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), até questões de acessibilidade relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Eu desenvolvi um aplicativo que auxilia os responsáveis por pessoas com TEA a como lidar com as crises, acompanhamentos do dia a dia. Meu irmão é autista, então tenho familiaridade com o tema. Eu não fazia a mínima ideia das plataformas para desenvolver um aplicativo e, com o Edutech, aprendi sobre isso ”, ressaltou a aluna Maria Eduarda Silva.
Por fim, os alunos também produziram dois protótipos robóticos. Um coletor automático de tampas de garrafa pet e uma bengala inteligente, visando o auxílio de pessoas com deficiência visual. O estudante Joaquim Rodrigues, idealizador da bengala inteligente, contou que a ideia também surgiu a partir da vivência familiar dele.
“Meu grupo ficou responsável pelo tema inclusão e acessibilidade. Pensei na minha tia, que é deficiente visual. A bengala tem um sensor e quando ele chega próximo a obstáculos (objetos), começa a apitar. Usamos o arduíno, jumpers, buzzer e outros itens na produção da bengala”, destacou Joaquim.
Próximos passos
Com os resultados positivos apresentados, a Secretaria de Educação agora amplia o projeto Edutech para a larga escala. Em todo o Amazonas, serão 254 escolas contempladas pelo programa, com mais de 26 mil estudantes impactados. Os próximos passos são as oficinas formativas com os professores responsáveis por ministrar o programa nas unidades de ensino.
O Cemeam tem se reunido com coordenadores distritais, assessores de tecnologia educacionais e diretores escolares para alinhamento de como funcionará o projeto dentro das escolas. Cada unidade indicará um professor responsável, que participará da formação, em maio, para o desenvolvimento do Edutech.
“Como conteúdo da formação, teremos lógica de programação, programação em blocos com Scratch, desenvolvimento de aplicativos com o MIT APP Inventor e automação com arduino. No Edutech, a ideia é que o aluno seja o protagonista do projeto, mas o professor deve saber mediar e orientar”, destacou o assessor técnico da Gerência de Tecnologias Educacionais do Cemeam, Rodrigo Vasconcelos.
Transformação
Entre os 250 docentes que irão participar das oficinas formativas com o Cemeam, a professora Mary Florêncio, responsável por ministrar o Edutech na EE Senador Antóvila Mourão Vieira, falou sobre as expectativas relacionadas à ampliação do programa para todo o estado. Mary liderou 85 estudantes na unidade de ensino.
“Sei que plantamos uma semente, que renderá frutos nesses estudantes. A expansão desse projeto por todo o Amazonas é significativa para o sistema educacional. A tecnologia torna o processo de ensino mais dinâmico, interativo e personalizado”, compartilhou a docente.
O kit Edutech, que será distribuído nas escolas da rede estadual, é composto por dois livros didáticos, que irão possibilitar o aprendizado de programação em blocos e automação. Além dos livros, os alunos também receberão o kit tecnológico com itens, como: a placa Arduíno UNO, leds, cabos, protoboard, resistores e sensores.
Fonte: Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar
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