Em três anos de gestão, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), ampliou a oferta da modalidade de Educação Integral, aumentando o número de estudantes de 1,8 mil para mais de 13 mil, distribuídos em 194 turmas do 4º ano do Ensino Fundamental, abrangendo 108 unidades de ensino.

Com um currículo pedagógico integrado e integrador, os conhecimentos se articulam aos saberes dos estudantes e das comunidades, dialogando com diferentes linguagens para compor experiências formativas que incluem o conhecimento do corpo, das emoções, das relações e dos códigos socioculturais.

“Com a ampliação do atendimento na Educação Integral, a Semed tem oferecido uma aprendizagem mais específica, onde os estudantes têm aulas de robótica, reforço em língua portuguesa, matemática, horta, cultura digital, teatro, judô, xadrez. É uma variedade de atividades que ajudará no desenvolvimento cognitivo e na vida pessoal de crianças e adolescentes, e os pais podem ficar despreocupados, já que os filhos passam o dia na escola”, informou o subsecretário de Gestão Educacional, Júnior Mar.

As atividades acontecem em contraturno, onde os alunos participam de iniciativas que promovem aprendizagens que contribuem para a melhoria do desempenho escolar, ampliação do universo de experiências socioculturais, esportivas e de iniciação científica, visando proporcionar uma formação mais ampla e integrada aos estudantes. Essa formação abrange não apenas o ensino acadêmico, mas também o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, artísticas, culturais e esportivas.

No ensino fundamental, a Educação Integral desenvolve atividades em áreas como Linguagem, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas, com componentes curriculares de Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Matemática, Ciências, História e Geografia, além de atividades complementares que promovem a cultura da leitura e escrita, práticas culturais e esportivas, experiências matemáticas e científicas, e vivências de desenvolvimento pessoal e social. Todas essas atividades têm carga horária de 15 horas semanais e 600 horas ao longo do ano letivo.

Na Educação Infantil, a Educação Integral é desenvolvida nas creches e nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis), com eixos temáticos de ateliê, jogos e brincadeiras, e educação ambiental, com carga horária de 25 horas semanais e 100 horas anuais. Os conteúdos programáticos são realizados por meio de atividades complementares, como criação de jornais escolares, oficinas de leitura, teatro, dança, jogos matemáticos, feiras de ciências, entre outras ações.

A escola municipal Doutor Sérgio Alfredo Pessoa Figueiredo, localizada no bairro Presidente Vargas, zona Sul da capital, oferta a Educação Integral desde 2017 e atualmente atende 283 crianças, do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Na unidade de ensino, todas as ações são decididas por meio de assembleias, que ocorrem a cada 15 dias com a participação exclusiva dos alunos e professores.

As assembleias mensais contam com o apoio de estudantes, professores, serviços gerais, manipuladoras de alimentos e pais ou responsáveis. Em assembleia foram decididos o horário de entrada, alimentação, descanso, saída e o funcionamento das aulas.

“Tudo o que acontece aqui é decidido em assembleia, com a participação de todos que fazem parte da educação. Os alunos não ficam presos em sala de aula, aqui chamamos de ateliê de aprendizagem, onde desenvolvemos um componente curricular com duração de 50 minutos”, explicou a gestora da escola, Regeane Benevides.

Para Alicia Nobre, de 9 anos, do 4º ano, que participa da aula de xadrez, esse tipo de atividade ajuda muito na aprendizagem. “Nossa escola é muito legal, fazemos várias atividades e não é cansativo. Temos aula de português, criamos jornais, participamos da hora da leitura e brincamos de xadrez aprendendo matemática. Eu gosto bastante”, declarou a estudante.

Para Manuel Galvão, professor e pai de aluna, matricular a filha em uma escola de Educação Integral foi a melhor decisão. “Foi a melhor escolha que fiz para a vida escolar da minha filha, ao matriculá-la em uma escola de Educação Integral. Aqui, me sinto seguro sabendo que, durante todo o dia ela está estudando, e eu posso trabalhar tranquilo. Sei que aqui ela está recebendo a melhor aprendizagem em todos os aspectos da vida”, disse.

Como na educação integral toda a equipe escolar está envolvida, a manipuladora de alimentos Neide Vieira afirma que servir os alunos é uma forma de ensinar também. “Quando estou servindo os alunos e alguns não querem comer salada ou feijão, eu explico a importância de consumir esses alimentos. Quando vejo que alguns estão desperdiçando, converso com eles para que coloquem no prato apenas o que pretendem comer. Assim, estamos educando também”, concluiu.


Texto – Érica Marinho/Semed
Fotos – Eliton Santos/Semed

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