
A Sessão Plenária desta terça-feira (6/5) na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foi marcada por um alerta sobre riscos de uma epidemia de Mpox (varíola dos macacos) no estado. A confirmação de 33 casos da doença no Amazonas acendeu o sinal de alerta e preocupa os deputados estaduais.
O deputado Daniel Almeida (Avante) trouxe o tema à tribuna, apresentando dados sobre o aumento no número de infecções. O parlamentar destacou os riscos associados à Mpox, uma doença viral que pode causar erupções cutâneas, febre, dores de cabeça e musculares, além de outros sintomas. “Em 2023, foram 10 casos, e agora, apenas nos quatro primeiros meses de 2025, já são 33 casos”, destacou o parlamentar, mostrando um aumento significativo no registro de casos.
Almeida também informou que a maior parte dos casos tiveram homens, com idade entre 30 e 39 anos. A contaminação ocorre principalmente através do contato direto com as lesões de pele de pessoas infectadas, fluidos corporais, gotículas respiratórias e objetos contaminados.
Para o deputado Daniel Almeida é importante que a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) fique alerta, e atue na prevenção, informando a população sobre os sintomas e reforce as equipes nas unidades de saúde. Almeida chamou atenção ao que ocorre no estado vizinho do Pará, que teve 19 casos de Mpox, com duas mortes registradas até o último dia 28.
“É um alerta às autoridades de saúde”, enfatizou o deputado, pedindo atenção e agilidade no controle desta doença.
Cessão de Tempo
A saúde pública também foi tema de uma Cessão de Tempo, solicitada pelo deputado Dr. Gomes (Podemos), em favor da Conselheira Nacional de Saúde, Luana Kelly Santana, tratou dos perigos do uso de medicamentos sem orientação médica.
A iniciativa do deputado Dr. Gomes se deu em alusão ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado no dia 5 de maio. A data tem como objetivo conscientizar a população sobre os riscos da automedicação e a importância da orientação profissional para o uso correto e seguro de fármacos.
Durante seu pronunciamento, Luana Kelly Santana abordou os perigos do uso de medicamentos sem prescrição médica, destacando os potenciais riscos à saúde, como o mascaramento de doenças graves, o desenvolvimento de resistência bacteriana, reações adversas, interações medicamentosas perigosas e até mesmo a morte. Ela enfatizou que a automedicação pode agravar quadros clínicos e retardar o diagnóstico e tratamento adequados.
“No Brasil os dados não são positivos, pois a população brasileira usa medicamentos indiscriminadamente”, destacou, informando que segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 77% da população se automedica.
Outro dado relevante apresentado pela farmacêutica foi que, ainda segundo pesquisa da Fiocruz, cerca de 68% dos brasileiros afirmaram buscar informações sobre medicamentos em sites de pesquisa na internet ou aplicativos de inteligência artificial; em detrimento de orientações com médicos ou farmacêuticos. Segundo a especialista, os analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos lideram a lista dos medicamentos mais utilizados pela população na automedicação.
Por isso, a conselheira também ressaltou o papel fundamental do farmacêutico como profissional de saúde acessível e capacitado para orientar sobre o uso correto de medicamentos, desde a dispensa até o acompanhamento do tratamento.
“O uso racional de medicamentos significa usar o medicamento certo, na dose certa, pelo tempo certo, com a devida orientação de um profissional de saúde”, disse a farmacêutica, chamando atenção ao fato de que muitos pacientes abandonam o uso dos medicamentos no momento que os sintomas desaparecem, o que compromete a eficácia do tratamento.
Ela reforçou a importância de buscar a orientação médica para o diagnóstico e a prescrição e, em seguida, procurar o farmacêutico para esclarecer dúvidas sobre a administração, dosagem e possíveis efeitos colaterais dos medicamentos prescritos.
Fonte: Aleam