
A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), elaborou uma programação de visitas técnicas às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para alinhamento de fluxos e processos de trabalho nas ações de prevenção e controle da tuberculose.
Durante as visitas, a equipe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa reúne profissionais das UBSs e realiza um levantamento sobre o funcionamento do fluxo de atendimento, o processo de trabalho, identifica as dificuldades específicas de cada unidade de saúde e esclarece dúvidas da equipe.
A chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose, enfermeira Eunice Jácome, informou que, a partir da troca de informações com a equipe, é possível estabelecer um processo de trabalho mais eficiente, atendendo as especificidades de cada UBS e comunidades.
“Entendendo melhor o fluxo de atendimento e a realidade de trabalho, é possível fazer ajustes, alinhar as ações desenvolvidas e estabelecer novas estratégias para fortalecer o processo de trabalho e o atendimento à população na prevenção e controle da tuberculose”, ressaltou Eunice Jácome.
Na reunião com os profissionais das UBSs, há o levantamento de informações sobre como ocorre o acolhimento dos pacientes e busca ativa de sintomáticos respiratórios (pessoas com tosse por duas semanas ou mais), o número de pacientes em tratamento, fluxo de testes rápidos para HIV, tratamento, as estratégias adotadas no caso de pacientes que não comparecem na UBS para acompanhamento, exames solicitados, acompanhamento de contatos (pessoas que têm contato próximo com pacientes com tuberculose), o processo para diagnóstico e tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB); alcance de indicadores; e utilização do Sistema I-TB.
“As visitas também são uma oportunidade para esclarecer dúvidas e atualizar as informações. Nessas atividades, percebemos que alguns profissionais, por exemplo, ainda não conheciam o fluxo sobre o Passe Livre de ônibus para pacientes em tratamento de tuberculose. Então, a experiência tem sido importante até por essa troca de experiências, já que algumas unidades de saúde encontram boas soluções que podem ser multiplicadas na rede municipal”, apontou Eunice Jácome.
No cronograma de visita técnica no primeiro semestre de 2025, a programação já foi realizada em dez UBSs, com outras nove agendadas até 30 de junho. De acordo com Eunice Jácome, a prioridade são as UBSs novas, que estão sendo inauguradas, retornando de um período de reformas e que estão com novos servidores, e também as que precisam melhorar os indicadores de controle da tuberculose. “Um novo cronograma está sendo elaborado para atender mais UBSs no segundo semestre de 2025”, informou.
Vigilância
Com o cronograma de visitas técnicas nas UBSs, a Semsa, em parceria com a equipe da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), programou visitas aos Núcleos de Vigilância Hospitalar e dos Serviços de Pronto Atendimento (SPAs), da rede estadual de saúde.
Eunice Jácome explica que os hospitais e SPAs atendem pacientes em quadros mais avançados da doença, reunindo informações para a notificação dos pacientes que são internados e também na investigação de óbitos, assim como no encaminhamento dos pacientes que deixam o hospital e deve ser acompanhado nas UBSs para continuidade o tratamento.
“A intenção também é alinhar os fluxos de trabalho, fortalecendo a integração e a comunicação entre os serviços de saúde”, afirmou a enfermeira.
Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela micobactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta, prioritariamente, os pulmões. No ano passado, Manaus registrou 3.127 casos novos de tuberculose, com 875 casos já registrados em 2025.
O principal sintoma é a tosse e, por isso, a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas, procurando uma das unidades de saúde da rede municipal para a realização de exames.
A transmissão da doença ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
O tratamento é oferecido de forma gratuita nas UBSs e dura, no mínimo, seis meses.
Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa