Campanha nega acusações e afirma que vai tomar medidas jurídicas para demonstrar a ‘armação leviana contra a imagem da candidata
Candidato a prefeito de Manaus, Capitão Alberto Neto (PL) e sua vice Maria do Carmo (Novo) são alvos de uma denúncia à Polícia Federal e ao Ministério Público por supostos crimes e infrações eleitorais.
O denunciante é Ronaldo Fernandes (Novo), candidato a vereador e coordenador da campanha de Alberto Neto, apoiado por Jair Bolsonaro.
Por meio de documentos, áudios e prints de conversas, ele alega existência de suposto “caixa dois”, abuso de poder político e econômico e uso de empresas de Maria do Carmo para possíveis
crimes eleitorais.
Segundo a denúncia, Fernandes foi convidado a assumir a coordenação da campanha de Capitão Alberto e Maria do Carmo ante a influência que poderia exercer nas comunidades. Como condição, propôs que a empresária financiasse sua candidatura a vereador, o que fora aceito.
De acordo com os advogados de Fernandes a negociação resultou em um “acordo financeiro ilícito e extremamente atentatório à lisura do pleito”. Maria do Carmo se comprometeu a patrocinar ambas as campanhas. O acordo inicial seria de R$ 1,4 milhão.
A denúncia narra que os repasses começaram em abril, com transferência de R$ 340 mil para pré-campanha. Em seguida, entre 1 de setembro e 5 de outubro, eles aumentaram e culminaram num custo de R$ 240 mil para pagamento mensal de cabos eleitorais, organizados em equipes que totalizavam 20
líderes e 200 ativistas.
Fernandes alega que houve ocultação dos recursos sem qualquer registro nas contas oficiais da campanha, embora a prestação de contas deva ser concluída até 5 de novembro. Entre as supostas irregularidades, estaria uma transferência de R$ 22 mil da conta do Centro de Estudos Jurídicos do
Amazonas, do qual Maria do Carmo é sócia. O repasse, que não teria sido declarado, poderia configurar prática de caixa dois.
O documento apresentado ao MP descreve ainda que, durante a campanha, houve um “clima de tensão entre cabos eleitorais e líderes de equipe” uma vez que os valores prometidos não foram integralmente repassados. Em áudio, Maria do Carmo disse que se houvesse revolta, os envolvidos conheceriam seu lado “barraqueira”. A fala e a presença de seguranças particulares em reuniões, segundo os advogados, configurariam coação eleitoral.
Entre os pleitos da denúncia, estão a abertura de procedimento investigativo para apurar os supostos crimes e ilícitos eleitorais e de uma ação eleitoral com vistas a uma eventual inelegibilidade.
Outro pedido é a condenação penal pelos crimes de corrupção eleitoral ativa, coação eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, abuso de poder econômico, captação ilícita de sufrágio, caixa dois, uso indevido de recursos de pessoa jurídica, e formação de organização criminosa.
A coluna procurou a assessoria da campanha de Capitão Alberto e Maria do Carmo, mas não obteve retorno até esta publicação. O espaço está aberto a manifestação.
Fonte: https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2024/10/eleicoes-manaus-articulador-denuncia-capitao-alberto-e-vice-por-supostos-crimes-eleitorais.ghtml
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